segunda-feira, 30 de março de 2009

Tem mais gente brincando...

Se alguma alma penada passar por esta casa mal-assombrada (falta-me tempo, mea culpa, maxima culpa) daqui por diante, vai encontrar uma listinha de linques à esquerda. O primeirão é o Temos Isso?, blogue do grande amigo - também jornalista - Marcelo Bastos, d'O Dia. O cara se cansou da eterna falta de espaço que aflige repórteres em tudo quanto é veículo impresso e começou a arremessar excedentes de sua produção diária (mas não só) na web. O cara poderia estar no curso do Knight Center fácil, pois vem fazendo bom uso das ferramentas com que lidamos (texto, foto, vídeo, linques em geral). E vem contando altas histórias sobre jornalismo de ontem e de hoje, quase todo dia, além de fazer comentários pra lá de pertinentes acerca de vários assuntos (futebol também vale, claro). Vale a lida.

Para o caso de alguém perguntar, o blogue do cara é o primeirão da lista porque o autor é meu parceiro, pô! Não, não rola suborno, até porque seria perder dinheiro, dada minha ínfima audiência na rede.

domingo, 22 de março de 2009

Dá pra achar, mas tem que saber procurar

(Exercício 4 - calma, não perdi a conta: o exercício 3 consistia justamente em criar este blog)

A proposta de usar diversos mecanismos de busca para pesquisar um só tema surte efeito menor que o esperado de antemão. Como pesquisamos por uma expressão em português, o idioma acaba por limitar o universo a ser vasculhado. Não parece ser outra a razão de haver tantos resultados iguais nas buscas, mesmo usando sites sem versão em português. Outro aspecto importante no exercício é a ausência de aspas na expressão pesquisada, o que certamente influenciou nos resultados apresentados por cada mecanismo.
Quanto ao tema em si, vale ressaltar que a picaretagem campeia, com todo tipo de ofertas de cursos, aulas, livros, terapias e bugigangas que prometem o nirvana a qualquer um, por mais estressado que esteja. Nem parece que o estresse é um problema sério de saúde, que vem demandando cada vez mais atenção dos médicos.
Aos resultados, pois.

Google

LIXO TIPO ESPECIAL: Cura do stress
Texto ficcional relatando a busca de um sujeito pela cura do stress. Nada relacionado à doença propriamente dita, apenas uma brincadeira do autor do blog.
Saúde Vida On Line -O que é o Stress?
Aqui a coisa melhora um pouco, até por se tratar de um site dedicado à saúde e à medicina. A busca remete a um texto assinado por uma jornalista sobre o tema, apresentando o stress em linhas gerais e dando dicas de como lidar com o problema.
Cura para o Stress
Como a própria URL já entrega, é um site de cartuns. Este, em especial, usa o contraste entre a rotina, que leva ao stress, e o lazer, que, ao menos em tese, ajuda a curá-lo, ou aliviá-lo.
A cura pelo estresse (Can stress heal?)
Site de divulgação de várias editoras e seus lançamentos no mercado editorial. A página encontrada na busca mostra um release de um livro do dr. Kenneth Cooper - ele mesmo, o criador da corridinha rotineira, que ele chama de jogging, mas que ficou conhecida como cooper mesmo.
A Cura para o Stress Wallpaper Baixar - Papel de Parede
Auto-explicativo. Apenas uma imagem para enfeitar o computador.


Yahoo

LIXO TIPO ESPECIAL: Cura do stress
Já comentado no tópico sobre o Google.

Análise: sobre buscas, cura e stress na web " Jornalismo 2.0 e ...
Aqui, uma curiosidade: o link remete ao blog de uma ex-aluna do curso, da turma de 2008. Por razões óbvias, abstenho-me de tecer comentários sobre o trabalho.
O Sistema de Cura do Corpo Espelho
Site de uma entidade chamada The Brofman Foundation for the Advancement of Healing. Apesar do nome pomposo, a página é feinha de dar dó, amadora mesmo. O tal sistema do corpo espelho "síntese da psicologia ocidental e as filosofias orientais com base nos chakras ( centros de energia encontradas nas tradições do Hinduísmo)". Como a Índia está na moda, de repente atrai alguns incautos.
Stress - Desciclopédia
Site que parodia a Wikipédia, inclusive no layout da página, que é praticamente uma cópia. Apenas para diversão.
Massagem da Cura do Sono
Página sobre massagens de vários tipos, para diversos problemas. Nada específico sobre cura do stress.


Altavista

LIXO TIPO ESPECIAL: Cura do stress
Ele de novo. Ou não há muita coisa sobre o tema ou esse texto fez um sucesso danado na web.

Análise: sobre buscas, cura e stress na web " Jornalismo 2.0 e ...
Novamente o exercício feito pela ex-aluna do curso.

O Sistema de Cura do Corpo Espelho
Olha aí os neo-hinduístas novamente. Deve haver mais incautos do que supõe minha vã filosofia.

Stress - Desciclopédia
O povo quer é dar risada. Aliás, excelente método de se aliviar o stress.

Massagem da Cura do Sono
As massagistas d'além-mar voltam a dar o ar da graça.

Radar UOL

LIXO TIPO ESPECIAL: Cura do stress
Ele, de novo.

Saúde Vida On Line -O que é o Stress?
Também já apareceu nesta expedição pela selva de links. É a segunda entrada aqui e no Google.

A cura pelo estresse (Can stress heal?)
O mesmo site de propaganda de livros, com o mesmo anúncio e o mesmo Dr. Cooper.

Cura para o Stress
Outra figurinha - aqui, literalmente - repetida.

PALÁVORAS: Dicas Rápidas Para a Cura do Stress
É um blog pessoal, em que a autora linka um artigo da revista Ladies Home Journal com 50 dicas rápidas (!!!) para a cura do stress. Coisas como rir mais, comer bem no café da manhã, chorar, reservar um tempo pra diversão, comprar um novo batom (?!??!?) e muitas outras. Até agora, a única entrada que leva a outra página.

Clusty

Aqui a coisa complicou um pouco, já que a maioria dos resultados é de sites em outras línguas. Os cinco primeiros:

Ansia Depressione Panico Sintomi e Cura dei disturbi d'ansia
Site italiano dedicado ao tema. Meu conhecimento do idioma de Dante, muitíssimo limitado, me impede de comentar o conteúdo do site.

Reefcare Foundation Curacao
Site em inglês sobre preservação de recifes de corais. Dizem que mergulhar ajuda a reduzir o estresse, então...

Celtic Astrology -- Early Irish Astrology: An Historical Argument by

Link quebrado em todas as tentativas de acesso. Pelo nome, deve ser algo relacionado aos astros e sua influência (???) em nossas vidas.

Cura Do Stress on Vimeo
Um vídeo que parece bem fofinho, com uns bichinhos. Confesso que não assisti. Observação: o mesmo vídeo, no mesmo site, mas com outra identificação, também aparece na lista.

Stress Reduction
Site de propaganda de um tal Dr. Edwin Riley, que a julgar pelo texto de apresentação, descobriu a cura de todos os males que nos assolam. Apenas um trecho, editado e em tradução pra lá de livre:
O Dr. Edwin Riley, pioneiro na medicina do corpo, da mente e do espírito, projetou a experiência de cura total. Esta experiência permite que os participantes evoluam fisicamente, mentalmente, emocionalmente e espiritualmente. (...) Experimente a sabedoria cura dos séculos como se aplica ao mundo em que nós vivemos.

Uau! Mal posso esperar para perder isso!


MSN

Itaoca Pousada Camping
Cervejinha gelada, moqueca capixaba, peixe frito. Estresse? Que estresse?

Lotus Life
Página de propaganda de uma espécie de spa para receber grupos de funcionários de uma mesma empresa, que trabalham conceitos como 'criatividade' e 'capacidade de trabalhar em grupo'.


Reiki Universal, uma Luz em seu coração
Impressionante que um site como esses seja um dos primeiros resultados a surgir numa grande página de buscas. Nada além de propaganda das chamadas "terapias alternativas".

Turismo - Camping - ODIR
O autointitulado Diretório de Sites do Brasil exibe links supostamente relacionados ao tema pesquisado. O primeiro deles é o da já citada Pousada Itaoca, mas os seguintes levam a sites sobre engenharia, ferramentas e capas para carros. Estressante é se guiar por aqui...

Saúde Vida On Line
Um dos campeões de nossa expedição volta a aparecer.


Ask.com

YouTube - Cura do stress

Cura Do Stress on Vimeo

Cura Do Stress on Vimeo
Os bichinhos fofinhos dando as caras de novo, e desta vez também hospedados no YouTube.

LIXO TIPO ESPECIAL: Cura do stress
Esse está em todas e não está prosa.

Waterford Today - Thirty years of CURA caring in Waterford!
Matéria do jornal Waterford Today, de uma cidade irlandesa, sobre uma entidade dedicada à prevenção da gravidez indesejada e ao apoio a pais e mães de primeira viagem e/ou sem condições de criar o bebê. E o estresse? Sei lá...

Dogpile

YouTube - Cura do stress
Cura Do Stress on Vimeo
blip.tv (beta)
Mesmo sem ver o vídeo, esse bichinhos fofinhos começam a me irritar.

LIXO TIPO ESPECIAL: Cura do stress
Não importa que mecanismo de busca se use, ele sempre está bem cotado.

Análise: sobre buscas, cura e stress na web " Jornalismo 2.0 e ...
Será que a próxima turma desse curso vai topar com meu blog na hora de fazer este exercício?

quinta-feira, 19 de março de 2009

RSS, mão na roda online

(Segundo exercício)


Já tinha visto o selinho laranja num monte de páginas, mas nunca tinha me aventurado a testar a ferramenta. Incentivado pelo curso, escolhi o RSS Reader, cuja instalação foi facílima. A configuração dos feeds, contudo, deu um pouco mais de trabalho - nada que um amigo já versado (e viciado) no sistema não ajudasse a solucionar. Como eu instalei o leitor na máquina da redação (ainda estou sem computador em casa), o firewall da rede não me deixava configurar os feeds. Com um número de proxy diferente, tudo se resolveu.

Depois do Reader devidamente configurado, só alegria: as páginas escolhidas - sim, botei logo quatro feeds de uma enfiada só - vinham até minha tela, sem que eu precisasse ficar pulando de galho em galho (de link em link? URL em URL?) em busca de novidades. Após 3 dias de uso, o que eu acho do sistema RSS? Acho que é uma daquelas ferramentas que fazem o internauta se perguntar: como é que eu vivi sem isso até hoje?

Passivo? Não, muito ativo!

Primeiro exercício do 3º curso Jornalismo 2.0: Oportunidades e Desafios na Era Digital, do Knight Center for Journalism in Americas - University of Texas at Austin


ANOS 60: Internet (ainda com status de nome próprio, com capitular) é quase coisa de ficção científica. Desenvolvida em laboratórios de pesquisa militar, nasce como ferramenta de uso restrito, mas seu caráter mundial e descentralizado (a informação circulante está espalhada por diversos servidores) já denuncia um futuro que aponta para a universalização.

ANOS 70: Dos quartéis para a academia, a rede cai nas graças de pesquisadores universitários e ganha impulso com o avanço das pesquisas civis na área de informática. O número de usuários cresce, mas ainda está longe de poder ser dita popular.

ANOS 80: As corporações – setores desenvolvedores de tecnologia ou dela beneficiários em larga escala, como bancos – começam a canalizar recursos para o desenvolvimento de redes que permitem transações financeiras online. Um cartão bancário é uma chave de acesso, embora limitada à rede do banco que o emite.

ANOS 90: Com a consolidação do padrão WWW e os crescentes investimentos em redes de comunicação à distância cada vez mais robustas e velozes, a grande rede finalmente ganha uma cara familiar, pronta para o usuário comum. Homepage, email, comunicador instantâneo, comércio, blog, voip, entre tantos outros, deixam de ser coisa "do futuro" para se integrar ao cotidiano de mais de 1 bilhão de pessoas.

ANOS 2000: O estouro da "bolha da Internet", no início do novo milênio, transforma bilhões de dólares (e um tanto semelhante de idéias mirabolantes de como fazer dinheiro fácil) em pó. A conseqüência mais palpável da crise da (chamada) Nova Economia, além do rebaixamento morfológico do nome da rede (Internet vira internet, com minúscula), é a incessante busca por formas de fazer a rede rentável economicamente. Afinal, se tantos estão conectados, deve existir ma maneira de integrá-los à roda da fortuna. Essa integração, ou ao menos uma boa tentativa, vem com uma revolução na forma de pensar a internet.

O que vai acima é um resumo um tanto genérico da trajetória da internet. Para deixar os laboratórios e ganhar o mundo, a rede foi adequada (quase toda na verdade) ao padrão WWW de visualização de conteúdo, o que lhe valeu o apelido Web. Após o estouro da bolha da internet, pesquisadores e investidores se viram diante de um dilema: como fazer essa estrutura render dinheiro? Uma saída veio quando algumas corporações resolveram aplicar aos negócios o caráter da rede, e não o contrário – àquela altura, restava evidente que cobrar uma taxa de cada pessoa que pretenda ler uma publicação online é uma eficiente maneira de afastar leitores, e que a própria publicação não poderia ser apenas a reprodução na tela do que estava nas páginas impressas. Analogamente, ficou claro que o modelo de negócios tradicional, fincado na gangorra produtor-consumidor, não servia para o usuário da rede, que por definição é dotado de imenso poder de decidir o que deseja ou não ver em sua tela. Essa constatação abalou profundamente as fundações de diversas companhias online, que buscavam se manter economicamente saudáveis graças à receita oriunda da publicidade, até descobrirem que encher o site de banners piscantes era só uma forma de irritar o visitante do site. A crise do início dos anos 2000 pode, assim, ser tomada como o início da transição da Web – de 1.0 para a versão seguinte, maior e mais atual, a Web 2.0.

Era preciso fazer com que o internauta se tornasse consumidor sem forçá-lo a consumir – bastava apenas oferecer, de modo suave, quase imperceptível até, e deixá-lo decidir. Melhor: a idéia era tentar adivinhar o que interessaria ao internauta. Com essa forma de publicidade quase subliminar, algumas companhias ajudam a semear um novo modelo de rede, mais voltado para a participação e o caráter comunitário. De quebra, o cofrinho começa a encher quando os antes ostensivos e irritantes anúncios, que custavam fortunas e rendiam quase nada, dão lugar aos links patrocinados, em que o internauta só clica caso se interesse pelo que é ofertado – e assim, o site que exibe o link é remunerado.
Ao observarmos a internet numa perspectiva histórica, podemos perceber que a mola-mestra dessa transformação é o próprio usuário da rede (não terá sido por acaso que a revista Time escolheu como Personalidade do Ano de 2006 Você – o internauta).Por que obrigá-lo a encher seu computador de programas, se a rede está aí para hospedá-los? E tome webmails parrudos, sites de armazenamento e compartilhamento de fotos, áudios, vídeos, aplicativos inteiros rodando a partir de servidores, e oferecendo funções semelhantes às de suítes de softwares proprietários, que necessitam de instalação e licença de uso (paga, evidentemente), como editores de textos e imagens, planilhas de cálculo, etc. Na Web 2.0, não há consumidores passivos, mas colaboradores de quem se espera atividade e atitude. São eles que testam, desenvolvem e melhoram programas; ajudam na formatação e hierarquização da informação na rede, avaliando e etiquetando (usando tags) o que julgam mais relevante; participam ativamente da ampliação da oferta de conteúdo, que pode ser consultado, comentado e até editado coletivamente (o melhor exemplo é a Wikipedia). Pode-se dizer que a Web 1.0 tentou formar uma audiência e fracassou, enquanto a Web 2.0 apostou na comunidade e prosperou. Do ponto de vista do usuário da internet, a principal mudança é que a tela do computador deixou de ser uma janela para se tornar uma câmera por trás de um espelho – o usuário em si passou a ser o foco, num círculo virtuoso.